edson ovidio

CLAUSURAS (DUALIDADE)

A vida é campo de paz e de guerra

Dualidade de sucessos e decessos

de sulcos leves e entalhes profundos

como verso e anverso d´uma medalha

do ontem, do hoje e de todos os dias

dos segundos em que a vida se valha

Soluça no peito, todavia as angústias

no íntimo seio sangramos na batalha

um tanto de nós está sob as sombras

que se amotinam vestidas de mortalha

e se embatem e digladiam imperativas

Nos amofinam ecoando o que já passou

e por mais que o tempo as oxide e esgarce

Mesmo que a próxima aflição hoje passe

Aos olhos do hoje, o pretérito não findou

 

A vida é de armistícios e escaramuças

de picos bem altos e abissais abismos

Como o verso e anverso da medalha

do ontem, do hoje e de todos os dias

dos segundos em que a vida valha

Soluça no peito alegrias e angústias

no íntimo seio corta o fio de navalha

porque um tanto em nós são sombras

que finadas se amotinam da mortalha

e digladiam com o tempo, imperativas

Nos amofinam com o que já passou

e por mais que o tempo as esgarce

Mesmo que o próximo amargor passe

Aos olhos do pretérito nada se findou

 

A vida é alternância de sons e silêncio

nosso interior parece que sempre grita

quando ao redor tudo parece emudecer

O paroxismo do nosso hoje é o amanhã

dia inclemente insiste em amanhecer

Sofremos pelo detalhe de cada coisa

Antes da coisa em si efetivamente ser

O emotivo olhar de crivo tão superlativo

Imagina tomarem o céu, escuras nuvens

Quando tempo é calor e o sol arde a pino

Medos que se ocultam no modo subjuntivo

Nos faz ter toda certeza  de que vai chover