A todos vocês que aqui ainda dormem
envolvidos pelo escuro breu da noite
Despertem e ousem caminhar cá pra fora
assistir as luzes que tingem a madrugada
porque as horas cinzelam a noite em dia
Venham ver a aurora de luz tão mais pia
tintas de mais claros embebem o pincel
delineando o traçado claro das nuvens
Contra o tom de azul escuro do dossel
Veja a mandala do miolo d´um girassol
caleidoscópio de cores a contemplar o céu
teia de aranha elegantemente se estaia
Fazendo esteio na haste da samambaia
A elegância geométrica que se espraia
Entre o escuro da noite e o claro arrebol
Favos hexagonais da abelha mandaçaia
Olhos de orvalho a olhar o nascer do sol
Sob a luz do dia que inclemente ora raia
Texturas da cambraia ao vento no varal
a urdidura dos fios do tapete de sisal
Pingos de rocio atrevidamente prismam
A luz matutina que invade o quintal
O desenho da íris dos olhos que cismam
Abrem-se e refletem essa manhã fractal