Sandro Paschoal Nogueira

CLAMOR

#CLAMOR

Ó Grande Espírito que permeia a escuridão...
Sua palavra se fez ordem e habitou em meu coração...

És Tu a que a tudo criou...
Que faz a grande mãe terra chorar...
E de suas entranha faz toda vida brotar...

Criou os regatos, os grandes rios que fogem ao mar...
Povoou de tudo com vida...
Não há ninguém e nada como Tu...
Grande mistério, que o homem não tem permissão em desvendar...

Em toda Sua obra há imenso esplendor...
Faz o vento soprar...
Moldas as nuvens no céu...
Desaba em chuvas e tormentas...
Fazendo tudo renovar...

A pequena semente lançada ao chão...
Sem a Sua promessa não cresce, não vinga...
À morte se entrega...
Em podridão...

Plantou no firmamento...
As estrelas, o sol e a lua...
Faz os pássaros voarem...
Traçou a linha do horizonte...
Guia nossos irmãos...
Sempre com a ajuda Sua...

Passasse eu toda minha vida...
Louvores a lhe render...
A eternidade seria bem pequena...
Muito teria a fazer...

Sua sabedoria é infinita...
Conhece-me antes do meu nascer...
Já no ventre de minha mãe...
Ali estava Você...

Hoje venho aqui pedir...
Que sempre me ampare e me abençoe...
O mal sutilmente, tece suas tramas...
Tentando me corromper...

Adormeço e já não sonho...
As sombras contra mim conjuram...
A angústia me abraça...
Livrai-me do sofrer...

O inverno se aproxima...
Fizeste o meu destino...
Que seja boa minha sina...
Sou apenas uma criança...
Diante de Ti ó Divino...

Quando jovem muito errei...
Muito ainda erro, agora sei...
Mas se ando em Seu caminho...
Por muitos que já andei...
Não me perco...
Não me disperso...

Quando os lobos uivam...
E fazem minha alma tremer...
É a Ti que me apego...
E sempre Lhe encontro...
Afastando de mim todo e qualquer assombro...

Ó Grande Espírito...
Quando eu for chamado à Sua Presença
Que meus antepassados diante de mim não se envergonhem...
Que eu viva honradamente...
Fazendo hoje e sempre por merecer...

Ó Grande Espírito...
Luz dos olhos meus...
Compasso em meu peito...
Faz-me ser todo Seu...

Sandro Paschoal Nogueira 

Conservatória - Caminhos de um poeta