Hoje eu senti a vontade de escrever estas linhas no caminho já muito trilhado do amor
Amo aquela sensação
De sonhar ao ouvir uma canção
Recriar historias perfeitas
Estar juntos e falar sem as palavras
Dividir tudo por dois
Escrever uma carta com emoção
Saber que existe algo entre Você... e Eu
E chorar quando o amor diz... adeus
Amo aquele sentimento
Que faz o tempo ir mais lento
Por raro também é escuro
Que consegue extrair nosso choro mais puro
Aquele que ao final sempre vai embora
Que começa sonhando e termina em insônia
Que se nutre das nossas tristezas
Aquele que preenche o breve espaço... em que não estás
Gosto da sensação do Amor...
Mas não gosto do final... de quando acaba
Porque o amor é assim, ilusão, Intermitência e melancolia
É a arrogância de se aferrar no impossível cada dia
É querer encerrar o mundo em duas palavras
Achar em outros o que não posso achar em mim
É aquele dois em um... que ao final não são nenhum
Que mesmo na dor não me deixa te deixar ir
Porque o amor é um ingrato,
Te eleva, te emociona e por momentos... Te deixa feliz
Mas te derruba sem compaixão... sem gestos sutis
E ao final de cada dia?
De volta ao mesmo lugar escuro, ao mesmo espaço vazio
De volta à solidão, à ausência do calor, ao frio
Raiva de te sentir na minha pele e não poder te abraçar
Raiva de ter razão, de não acreditar
De ter ficado na metade entre o que eu sou e o que você queria
De ter acreditado na quimera de me sentir amado... hipocrisia
Fico só aguardando a estocada final do tempo
Sento cada noite na primeira fila deste melancólico evento
A retroceder a fita, a rever nossas lembranças, nossos momentos
A contemplar a passarela da minha vida, por fragmentos
Observando passar o desfile dos cadáveres de nossos sonhos...
Dos nossos dias
Observando cada ilusão frustrada, cada anelo, cada música agora sem melodia
Só, sem companhia,
Sem um te quero de aluguel,
Sem um corpo para aquecer....
Sem ti.... Sem mim
Repetiria tantas vezes fosse preciso
Porque as Nuvens cinzas também fazem parte do paraíso