//meuladopoetico.com/

Marçal de Oliveira Huoya

A Cor da Morte

A Senhora Morte
Carregando a sua foice platinada
Carpindo, se encobrindo
Em seu negro capote

Sua máscara preocupada
Vai vivendo na escuridão
Da sua alma solitária

Sentada em frente a um computador
Esquecida do amor, abandonada
Segue sua sina macabra
A sua contagem diária
Vai semeando o medo e o terror
A Moira que corta o fio
Vai contabilizando os mortos
Acumulando os corpos
Curtindo esse capricho vazio
Medéia sem heroísmo
Flerta com a tragédia
Empurra a humanidade para o abismo
Exibição de seu ossuário
Rosa de Tóquio em solilóquios
De aniversários de boneca
Com desinteresse fingido
Esgota a biblioteca
Transforma seu sono perdido
Em terrorismo solitário
Continua a matar gente
Sem interesse pelos vivos
Um assunto pouco atrativo
Seu tédio são os sobreviventes.

Vai declamando seu obituário...