E toda vez que ele chega
Tem história de tiozão
As previsões agourentas
Lendas também maldição
Pra mim é só mais um mês
Nem presto muita atenção
Agosto mês do desgosto
Dizia minha Avozinha
Fazia coro na rua
Bem alertava a vizinha
Ela se aveixava aflita
Tão pura era pobrezinha
A ignorância escraviza
Desde os tempos de Adão
Quem nela se aprisiona
Cem anos de solidão
Além de ser dura pena
Análoga escravidão
Seja atento bom amigo
Eu quero e vou lhe alertar
Estude, pense, critique
E na hora que for julgar
Fuja de mitos e mestres
Você, só, deve pensar.
Toda crendice absurda,
Trama de dominação,
É alimento só do medo
Empaca população
Com objetivo perverso
Gerar alienação
Confiar o seu destino
Nas mãos de desocupados
Vai lhe inferiorizar
Transformá-los em coitados
Gente burra e aleijadas
No Ceará são abestados.
Aconselho tome tento
Esqueça Papai Noel
E não foi a linda cegonha
Quem lhe trouxe lá do céu
Foi só mainha e painho
Que na cama deu bom créu
Duvide até do que fala
Os versos desse cordel
Minha missão é alertar
Colocando no papel
Aquilo que eu acredito
Sou aprendiz de menestrel
Toda história é contada
Por quem a guerra venceu
Desde bons tempos de Homero,
Ulisses, Camões, Teceu
Só afã de dominação
Tirano se enriqueceu
Eu vou terminar por aqui
Antes que me roguem praga
E também não creio em Bruxas
Mas não procuro a chaga
Sigo e tenho um bom farol
Que minha idéia propaga.