Os pensamentos são crianças
moleques que vivem gritando
travessos inquietos curumins
vociferam bem alto aos ouvidos
Esse coral de buliçosos serafins
guris irrequietos e atrevidos
fazendo bravatas e cantatas
o vozerio e o alarido sem fim
infantes de constante ciranda
Cantam sua sinfonia confusa
E se riem e se põem a dançar
fazem de minha cabeça, Medusa
dizem, redizem e se repetem
Aí, esse incansável folhetim
a cada assunto então se metem
não lhes entendo em mandarim
Cada qual o mais primeiro
cada qual o mais irrequieto
cada qual com seus queixumes
vagalumes piscando seus lumes
e me dizem tintim por tintim
quem agora é o dileto arteiro?
Ai pobre de mim!