Rio avenida!
A todos desafia
para jornada sem fim,
por igarapés e afins!
Barco, baleeira, voadeira...
Rio moradia!
A vida acorda, tardia,
apoiada em estacas,
em redes esticadas!
Casa, flutuante, palafitas...
Rio mercadoria!
Na margem, no mercado
tem erva, peixe no atacado
e fruta nativa que convida!
Porto, trocas, correria...
Rio harmonia!
Cheia e vazante, todo dia,
conversam com a mata.
A enchente dá a vida,
mas, também, alaga e mata!
Cumprindo acordo fluvial
convivem rio e ribeirinho,
acreditando ser tudo normal
onde o rio é o vital caminho
de seu cotidiano natural.