Marcelo Veloso

EU PENSO, EU AMO, LOGO EXISTO, LOGO VIVO!

A razão do subsistir

me faz divagar no possuir

nada descarto, nem desisto:

- Eu penso, logo existo!

A reação do exibir

me faz disfarçar o resistir

nada destrato, nem repito:

- Eu peso, logo exito!

 

A revolução do medo

me faz guardar segredo

nada deflagro, nem repilo:

- Eu preso? Logo exilo!

A revelação do exemplar

me faz bem reformular

nada disponho, nem redibo:

- Eu prenso, logo exibo!

 

A relação do execrar

me faz depressa renegar

nada desconjuro, nem engano:

- Eu proso, logo explano!

A redenção da vontade

me faz perder a humildade

nada despeço, nem corrijo:

- Eu prezo, logo exijo!

 

A raridade do benfazejo

me faz ter desejo

nada desarranjo, nem desfaleço:

- Eu pronto, logo exerço!

A reviravolta do falar

me causa um mal estar

nada desajusta, nem refuto:

- Eu printo, logo executo!

 

A ruindade do xingar

me faz não aceitar

nada desalinho, nem consterno:

- Eu primo, logo externo!

A raiz do conhecer

me faz um bem querer

nada desdenho, nem reporto:

- Eu prego, logo exorto!

 

A receita do amargar

me faz não tolerar

nada desvelo, nem insinuo:

- Eu pioro, logo extenuo!

A reverência do respeito

me faz tomar jeito

nada defino, nem resumo:

- Eu paro, logo exumo!

 

A reconstrução do conviver

me faz melhor entender

tudo modifica, bem medito:

- Eu comovo, logo excogito!

A retribuição do cotidiano

me faz sentir mais humano

tudo consigno, bem afirmo:

- Eu reconheço, logo exprimo!

 

A resiliência da felicidade

me deixa com sagacidade

tudo projeto, bem componho:

- Eu rio, logo exponho!

A relevância da paz

me deixa bem mais sagaz

tudo confirmo, bem confesso:

- Eu doo, logo expresso!

 

A realidade do amor

me faz ser um vencedor

tudo construo, bem decisivo:

- Eu amo, logo vivo!