Era velho, velho como o Restelo
Não era certo porque velho
O mundo não seria sempre o mesmo
Se os nautas ouvissem o distinto velho.
Certo das lágrimas e das dores
Da sorte dos seus amores
Não certo seria não navegar
Nos oceanos que se queria conquistar.
Faz parte da vida e da história
A renúncia pela própria vida
A vida que não é nossa
A vida que é de todos.
Que buscam vencer seus mares
Vencendo suas dores
Aventurando-se nos oceanos
Apesar das grandes dificuldades.
Camões foi muito feliz
Disse bem àquela época
Fez critica discreta
Que a todos deixou alerta.
O Restelo não tem mais o velho
O mundo todo sabe disso
Que era preciso a aventura
Para se conseguir abraçar.
Todos os mares de todos os lados
De todos os velhos
Que morreram parados
No velho cais do Restelo.
Bárbara Guimarães
D/A 9610/98