Não, não é meu esse olhar
Que ao azul, vive a perscrutar...
Viaja sempre nesse oceano
Anseia o além, que à visão dificulta...
Não é meu, o sentir que se oculta...
Em tudo, vozes, das quais, a alma se ocupa…
Aspiro... o ar, ao ‘habitat’ inunda
Tanto por viver, tanto por fazer
Vivo ainda, a busca obscura…
Castelos ruíram, lembranças partiram, e eu…
De mim, vivo a procura…
Parto-me em duas…
Em um universo, sem contento
Sou redemoinho em movimento
No outro, viro-me do avesso
Vasculho o momento, rompendo o tempo
E lá, do fundo, lanço-me nos ares, aquiesço
Solto, meu eu verdadeiro
Nele, há sempre poesias
Ouço-as, despejo...
Tendo-as, meus males esqueço...
Ema Machado