Ema Machado

Guardados...

Guardados...

 

Guarde-me, como guardas teus medos

Ainda que não transpareçam

Sei que aí permanecem, em segredo

Guarde-me, em teu olhar

Quando procurar em outra

Meu amor louco e imperfeito...

 

Guardo-te, na solidão companheira

No sorriso contido, ao dizer asneiras

Eras, o corretor incorrigível

Quando me permitia soltar a menina

Ainda está aqui, habita meu imo

É quando solto falas e meu jeito traquina

 

Guardo-te, ao olhar as serras

Escalando as horas do dia

No travesseiro ao lado, a assombrar-me

Dizendo-me que as noites sem você

Serão sempre vazias...

Ema Machado