Vejo- te preso a mim, meu passarinho,
Terás como gaiola um vasto mundo...
És senciência pura em teu caminho,
Assim, sem teu pensar és infecundo,
Sem ele tens, também, teu próprio ninho...
Eu sou por consciência um vagamundo...
Se só no senciente eu me aninho
Posso chegar a ser um errabundo...
És senciente, e já que foste preso
Serás acomodado em teus anseios...
Consciente de mim carrego o peso
Dos sentidos que outro mundo espalma,
Mas retenho a vazão dos devaneios,
Pois prisioneiro eu sou pela minh’ alma.