Olhando, debruçado, pela minha janela
Eu reparo e vejo muitas estrelas no céu,
Mas no meu coração não há céu nem estrelas,
O céu dele foi rasgado pelo adeus dela ainda quando ele abrigava o amor por ela
E as estrelas, invadidas pela tristeza, deixaram de ter brilho e caíram,
Soterrando o amor já desiludido que habitava nele
E aquele amor morreu sob os escombros das escuras estrelas
E foi velado, mas sem a presença dela,
Que estava distante e enclausurada no seu silêncio
E sem vela acesa e sem o choro dela,
Nasceu solitário e foi enterrado tendo como urna a solidão escura,
Na própria rua da casa dela,
E não alcançou a felicidade de abraçar o amor dela enquanto viveu,
Só eu sei do seu clamor aos céus para que ela o embalasse,
Chorou por ela,
Sofreu por ela,
Morreu por ela,
Assim como uma vela apaga-se no seu fim,
Lenta e silenciosamente,
Sem súplicas nem alarde,
Calmamente
E sem deixar uma semente
Que poderia brotar posteriormente.
Assim ele se acabou,
Cansou de implorar a ela por ela;
Desistiu de adorá-la,
Desistiu de amá-la!