Vlad Paganini

PROFANO

PROFANO

 

Sou profano

Profano do amor descrente

Da paixão religiosa erótica

Do amor feito no chão, pagão

Sou de temperos fortes aflitos secular irreligioso

Sou da madrugada herege da paixão

Sou da água que cintila que oscila e brilha

Sou profanador sou da dor e do amor

Sou calmo sou feroz sou veloz

Sacrilégio da magia e do místico

Dos metais do cobre do zinco e do afinco

Sou dos sonhos e dos pesadelos

Sou profano do tempo do calor e da poesia

 

Eu sou profano

Sou do inverno do verão da primavera e do outono

Sou do tesão do sêmen que germina

Sou da verdade não da mentira

Sou profano dos raios que gritam e estalam justiça

Sou da poesia e do verso

Sou da pele que queima até do inverso

Sou temporal civil dos girassóis

Sou do mel das abelhas

Sou do fel da serpente

Sou guizo ardente

Sou profano da paixão

Não sou pra qualquer um

Sou da noite e do dia

Da cachaça e do champanhe

Do vinho da uva doce da pele que lambe

 

Sou poeta

Sou feito pelo sêmen criado por Deus

Sou de carne e osso espírita e terreno

Sou daquele amor que queima

Ímpio profanador secular mundano e profano do coração

Sou assim

Feito por Deus

Bebi leite sagrado no peito

Sou música coral e canto

Sou profanador e espalho amor por todos os cantos

Sou sagrado

Sou confraria

Sou amor e poesia

 

Vlad Paganini