Alma insólita...
Declino, fim de tarde rumo à escuridão noturna
O sol se foi, nem disse adeus...
Das honras invernais, privou-me
Fico aqui, sombra silente a meditar
Do que fui, como o sol
Apenas cinzas, rastros guiarão Morfeu...
Embrenho-me pelas florestas do tempo
Sinto, arrefece o olhar prognóstico
Há, tanto frio! Sobrepuja vontades
Inexorável floresta, imperdoável...
E eu, que pensava desbrava-la
Lenizar o fim, sem ânsias e medos
Sinto, ao longe avisto a estrela derradeira
A noite não surpreende, mas, rapidamente adentra retinas
Hoje, nem a lua acompanha minha visão insólita...
Ema Machado.