Hébron

Sem pulso

 

O pulso agora não mais pulsa

Pudesse ter me encontrado

Na vida ainda em sua busca

Encontrar-me-á talvez na próxima

 

Tivesse me encontrado inda vivo

Ora despojado, ora desalmado

Descarregar-se-ia da mágoa tóxica

Mas não me deixe na história escrito

 

Com a marca de tudo que se evita

Como um marginal, um proscrito

Não me deixe na história escondido

Enclausurado na intimidade inaudita

 

No impulso da rígida emoção cardinal

No bater rítmico de um coração glacial

E num silêncio cruel, cinza, um sepulcro

Ante ao desalento do meu próprio luto