Um transbordar de si...
Tô tentando dizer algo
Talvez um pouco do muito que guardo dentro de mim
O todo ou o tudo que gostaria de expelir
Não caberia no poço mais profundo...
Liberdade enfim...
O silêncio, a mudez já congelou minha alma
Na caminhada atropelada de uma longa estrada.
Agora, livre, sigo minha jornada.
Não silenciarei mais, a voz que
grita e pulsa,
canta e chora,
vibra e ressoa
há muitas horas,
muitos dias,
muitas teorias repressoras...
Liberdade, agora!
Terei eu agora, no inverno, no processo de declínio da vida, uma ascensão sobre mim, minha voz, meu olhar, minha audição e meu coração, que pulsa forte por ter a coragem de soltar as amarras a voz e calar o silêncio...
Agora liberta, sigo...
Meu poço vai transbordar, palavras e mais palavras não querem mais se calar...
Chega de silenciar!
Chega!
O silêncio pode ser ouro, ouro de tolo, eu fico com a prata que vem do brilho da lua que me inspira a ficar nua de todos os preconceitos!
Liberdade! Liberdade!
Suas asas me acolhem...
Bárbara Guimarães
D/A9610/98