Correm por entre as chamas
Que insistem em queimar,
Sentem-se num jogo de damas
Tentando-se salvar.
O fumo cobre a sua visão,
Mas alerta os seus instintos,
E no meio de tanta aflição,
Definem objetivos distintos.
Correm para roubar ao destino
Aqueles que lhe eram certos,
Provocado por qualquer cretino
Mas que os deixam de olhos abertos.
O fogo que sentem até ao osso
Alimenta a sua vontade,
De tirar as pessoas deste fosso,
Que é o pânico e a ansiedade.
Desde os incêndios de Pedrógão,
Até aos de Monchique,
Procuram almas até ao sótão
Para que ninguém lá fique.
Bombeiros são anjos da guarda,
Só se lembram deles no verão,
Mas todo ano vestem a farda,
Numa constante missão.
Faltam meios de combate,
Falta limpeza na floresta,
Mas não deixam que o fogo mate
A esperança que ainda lhes resta.
Filipe Pires