Filipe Miguel Baptista Pires

Os Bombeiros.

 

Correm por entre as chamas

 Que insistem em queimar,

Sentem-se num jogo de damas

 Tentando-se salvar.

 

  O fumo cobre a sua visão,

Mas alerta os seus instintos,

E no meio de tanta aflição,

Definem objetivos distintos.

 

Correm para roubar ao destino

 Aqueles que lhe eram certos,

Provocado por qualquer cretino

 Mas que os deixam de olhos abertos.

 

O fogo que sentem até ao osso

 Alimenta a sua vontade,

De tirar as pessoas deste fosso,

Que é o pânico e a ansiedade.

 

Desde os incêndios de Pedrógão,

Até aos de Monchique,

Procuram almas até ao sótão

 Para que ninguém lá fique.

 

Bombeiros são anjos da guarda,

Só se lembram deles no verão,

Mas todo ano vestem a farda,

Numa constante missão.

 

Faltam meios de combate,

Falta limpeza na floresta,

Mas não deixam que o fogo mate

A esperança que ainda lhes resta.

 

  Filipe Pires