Somos qual dois viajores
Que por sorte se encontram
Se Habitam e se instalam
Embalam a vida de cada um
Qual pingentes pendentes
brilham estrelas cadentes
Iguais a qual nenhum
Somos qual um camafeu
medalha de dois lados
Onix e prata trabalhados
Nobre a mim me pareceu
de um lado esculpido você
do outro lado gravado eu
Somos os detalhes da roupa
passamanaria, cós, debrum
Botão, calça risca de giz,
O linho que se lhe assenta
Incende sua matiz
poesia do tecido comum
Somos sagrados e profanos
Somos de missa e entrega
bom grado de qualquer regra
Cometemos engano algum
Gostamos de puja e agrado
Olhar para flores no prado
Somos de orixás funfun
Somos uma soma complexa
Mas nada enfim se complica
Mesmo que se seja desconexa
Sei lá, repensamos e a vida fica
Como um ritmo, uma poesia rica
Porque a vida é um lúdico algoritmo
Se olharmos bem
tudo a volta se ressignifica