Quando te amei,eras um ser sem coroa
Nem tinhas reinado,tampouco vassalos
Mas,construí um trono e te ofertei.
Meus poucos preconceitos larguei
Já não era a mesma,outra me tornei
Era rainha e me vi escravizada.
Parecia ser cavalo selado
a\' mão,pronta a ser montado
Na verdade, aquele amor prometia
Era minha alegria,uma fantasia
O que eu almejava era utopia
Alguém que me desse acabamento
Para eu concluir meu aperfeiçoamento
Mas,que contradição! Eu que me achava
Unica, perfeita e acabada!
Nunca chegamos a ser dois em um!
Éramos dois separados, às vezes nenhum.
Entravamos em combustão,nos queimavanos!
Nesta quebra de braços,perdiamos
Mas,nenhum reconhecia, partiamos
Separados vivíamos,atormentados.
Fingindo sermos auto_ suficientes.
Por orgulho ou por vaidade até
Fomos deixando o tempo passar,sem fé.
Até que só um de nós restou,foi cruel!
A dama da foice sua vida ceifou.
Comigo deixou o pranto e a lição aprendida.
Hoje,coroa de espinhos ostentando
Estou viva e queixo erguido,me equilibrando.
No mais íntimo de mim,guardo ciosa
A coisa mais bela e preciosa
É a esperança de no pós_ vida
Voltar a reencontra_ lo e enfim
Unidos,sem egos, et\'ereos
Juntos estaremos auspiciosamente!
Maria Dorta. Seixal 15_7_2021