Pela manhãzinha, corre João a festejar
Saltitando entre aberturas fluviais
Que do chão, a farpas veem-se ablaquear
Causadas pelas intempéries naturais
O café, assim quentinho, com surrado pão
Aquele da fornada dos últimos três meses
Com os miolos já em podridão
Enquanto a faca caduca serpenteia as faces
Um convidado inesperado e indesejável
Pertencente àquela categoria comensal
Andarilho por todos conhecido e abominável
No recinto adentra, o roedor \"descomunal\"
Às 8:50, como profissão de fé
O garoto rodopia entre sacos em putrefação
Numa esteira improvisada, mantém-se de pé
Encontra passatempo na devastação
As palafitas tortuosas e carcomidas
Com madeiras e taipas empenadas
São o seu público, de atrações não aplaudidas
Pelas altivas marés já desabitadas.