O poeta, dono da própria arte e que portanto faz dela o que quiser, já se recupera depois de algumas doses de licor concentrado. Em sua mente uma única ideia, um poema, um ato de sacrifício em prol de sua paixão poética indubitável. A brecha de uma vida que em um único instante deixa de ser miserável
Ultimo fogo,
ultima briga de existência contestável
ultimo olhar que não olhei,
coisa que não tentei
Diz-me das idas e vindas da saúde,
que por mim, ponho em cheque tal despeito,
ando pelas florestas deste desrespeito
desconsidero a saúde fúnebre pelo amor que me ilude
Mato-me o coração pois neste papel escrevo
as lágrimas dum poeta que abre o peito,
Arruinei um amor lindo que de mim fez inteiro,
em prol dessa vida incerta que me fui feito
Resgato as feridas que hoje laborei,
arranco tua pele pois arte-me a vida,
arde-me o tom da memória a ser esquecida
Ri de mim o destino cruel que inutilmente lutei
Depois to ato, doi-lhe ainda mais do que antes. Foi um fracaço poético, um poema tosco, feio, crú, inconsistente e cheio de vícios superficiais típicos de supostos poetas em suas soberbas páginas online. Foi porém um ato poético, é somente disso que ele vive, é só assim que ele pode viver