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Marçal de Oliveira Huoya

Ainda Não

Vaidade inútil

Em atender a um aceno fútil

Em ser chamado pelo nome

Sendo apenas um homem

Romeu, o que compartilhou o veneno.

Somente o dedo da posteridade

Poderá acusar um poeta

De ter sido poeta

Poderá contar a verdade

Somente o tempo

Terá o dom do julgamento

Porque essa é sua sina

Essa é sua sorte

Ser despertado do sonho da morte

Só e apenas;

Somente quando estiverem seus poemas

Espalhados e insepultos

Ignorados e pouco lidos

É que se erguerão monumentos

Ao soldado desconhecido

Acossados pelos versos e seus vultos

Somente com seu silêncio absoluto

Se ouvirão seus pensamentos

Seus corpos estarão mortos

Mas seus tormentos e seus livros

Estarão vivos

E viajarão além do tempo...