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Juliana Kisler

Fique quieto

Deitado sobre o edredom 

Apoiado em seus cotovelos

Encheu os olhos ao ver se aproximando

As curvas semicobertas ainda pela lingerie preta

Que invadiu os limites da cama

Gatinhando em direção firmemente sem desviar o olhar

- Fique quieto!

Sussurrou os lábios grossos ao pé do ouvido

Acompanhada do leve sorriso com o canto da boca

Afastando-se deslizando as mãos sobre o seu peito

Tomando a distância necessária

Para admirar o volume entusiasmado

Ainda dentro da roupa intima

Quando o surpreende penetrando-lhe

Novamente com o seu olhar devasso

Levou inocentemente uma mecha de cabelo para atrás da orelha

E deslizou feito uma serpente sobre seu corpo

Até as mãos cravarem em seu tórax definido

No encaixe que tangenciam seus secretos desejos

Sem desviar o olho no olho aquecendo-lhe a alma

Aproxima-se de seu rosto e beija incessantemente

Finalizando com uma leve mordida na boca inferior

Surfando em sua barba até o ouvido direito

Deixando a boca soprar baixinho:

- Só observe!

Virou-se de costas para ele

Brincou como se estivesse com um bambolê

Sobre o segredo prepotente ainda guardado

Para, olha para traz

E lá está jogando o sorriso com o canto da boca

Voltou a posição inicial

Apoiou uma das mãos na cama

E com a outra sentiu todo o entusiasmo

Massageando a fonte do seu ego

Aproximou-se do rosto que evidenciava o delírio

E soprou uma palavra com a voz rouca:

- Pede!

Entregaram-se a sintonia inebriante

De um espetáculo que só começou.

Por Juliana Kisler

 

Instagram: @julianakislerpoetisa