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Shmuel

A bela em azul

Um olhar quase às cegas
Sobre a bela que se vai
Por ela, eu conto as estrelas        no firmamento.

Olhando a moça que se
 Distancia cabisbaixa
Levando meus desejos inconfessos  e ingenuos
 Como as tardes de verão
A bela segue, toda alva e solta em roupas leves
Usa vestes ainda não tocadas.

Em pensamentos, de vergonha
 eu me coro
 uso ervas e unguento de benzedeira para baixar a febre
A noite toda delírios
Seios, coxas e dorso
Nem sei aonde estou.

A mão materna toca minha testa
E atesta, meu Deus, está se definhando por amor
Então é isso? Porém continuo inerte                                                   No outro corredor, a bela passa
Passos largos, desprende um aroma
De flores, as flores me assustam
O corredor me provoca calafrios
A bela está de azul
E isto também me incomoda.

A casa está cheia, todos falam baixinho
Estou indiferente a esta movimentação
Só a bela me interessa.

Mas o azul...ah, esta cor azul
Outrora rendera tantas poesias
Se pudesse diria: Dispa-se
Mostre-me a face da pureza
Da inocência, Oh, bela deixe-me 
tocar, na sua intocável beleza.