Um olhar quase às cegas
Sobre a bela que se vai
Por ela, eu conto as estrelas no firmamento.
Olhando a moça que se
Distancia cabisbaixa
Levando meus desejos inconfessos e ingenuos
Como as tardes de verão
A bela segue, toda alva e solta em roupas leves
Usa vestes ainda não tocadas.
Em pensamentos, de vergonha
eu me coro
uso ervas e unguento de benzedeira para baixar a febre
A noite toda delírios
Seios, coxas e dorso
Nem sei aonde estou.
A mão materna toca minha testa
E atesta, meu Deus, está se definhando por amor
Então é isso? Porém continuo inerte No outro corredor, a bela passa
Passos largos, desprende um aroma
De flores, as flores me assustam
O corredor me provoca calafrios
A bela está de azul
E isto também me incomoda.
A casa está cheia, todos falam baixinho
Estou indiferente a esta movimentação
Só a bela me interessa.
Mas o azul...ah, esta cor azul
Outrora rendera tantas poesias
Se pudesse diria: Dispa-se
Mostre-me a face da pureza
Da inocência, Oh, bela deixe-me
tocar, na sua intocável beleza.