Vai ver na vida tudo seja uma utopia
uma irrealidade entre o bem e o mal
Mundana, terrena, física, atemporal
Inconsequente voa a mente harpia
Rapina o vento, o tempo, o quintal
Fantasias, fatos, curvas e esquinas
Roupas esquecidas ontem no varal
Vai ver tudo seja apenas um sonho
onde o inesperado more bem ao lado
A ilusão do prazer ou do medonho
Talvez nada ou ninguém nos acorde
dos devaneios e contos incidentes
dos pesadelos que de veras devoram
Nenhum grito ou estridente acorde
Vai ver tudo seja apenas tão subjetivo
Apenas um fato na janela da mente
Onde o abstrato se cubra de adjetivos
e imponha concreto poderes invasivos
fotos, áudios, vídeos, desejos e história
Posses, poses, somos tanto mais cativos
mas um dia hão de se apagar da memória
Talvez os loucos possam enxergar mais além
em sua Insurreição ao mundo de irrealidades
Onde muitos cochilam e uns então dormem
Outros, todavia acordam para suas verdades
Então permitem-se e outorgam-se alforrias
dos mistérios, dogmas, cismas e da alegorias
A sujeição irrestrita à própria sabedoria