Eu olho com o olhar
de quem quer ver.
Olho para ti
bela Paraty!
Seu sentir caiçara,
seu vigor quilombola,
o cheiro do pirão
de farinha de mandioca.
O sabor da cachaça,
da banana-da-terra
com caldo de peixe.
Não há quem se queixe.
Suas ruas lavadas
na maré alta.
Na baixa maré
o calçamento ressalta.
Calçamento de pedras,
Pé de moleque,
calçamento de lágrimas
de vidas escravas.
Eu olho com o olhar
de quem quer ver.
Olho para ti
eterna Paraty!
(heliovalim.blogspot.com)