Ema Machado

Alimento d’alma 

Alimento d’alma 

 

Quisera, alimentar a simplicidade

Tal qual à pulcra terra

Com seus seios, sacia planícies e montes

Leite fecundo indômito, escorre vencendo barreiras

Cantarolando segue, é fonte trazendo vida ao horizonte

Quisera trazer no olhar, o amor puro sem travas, apenas pontes 

Ser o colo que acolhe, a voz que alivia 

Vestir-me  de paz, como se traja a fonte…

Quisera andar sem caminhos

Plainar, gaivota livre por sobre o mar

Romper trevas, como a claridade a dealbar o horizonte

Quisera tocar e aquecer com palavras soltas 

Como o sol, aquecendo à terra, enchendo-a de vida 

Tendo a certeza da missão cumprida…

Quisera que a simplicidade fosse lema da vida. 

Porém, o olhar ser aluno precisa. 

A natureza é mestra, mas, em nossa atávica sabedoria 

Somos reprovados, destruindo-a

Idiossincráticos, recusamo-nos aprender…

Por males que nela causamos, somos podados...

Ema Machado