São essas pequenas coisas.
Essas pequenas, mas preciosas alegrias.
O sol orvalhando luz.
A natureza que descansa despretensiosa.
A chuva, lágrimas dos deuses.
Erupções de risos infantis.
O olhar já opaco de meu velho pai.
A sabedoria do silêncio.
O cigarro aceso entre os dedos de minha mãe.
Tua cólera levemente inflamada.
O corpo desnudo e suado.
O gozo violento e entorpecedor.
O esperar por ti.
A distância das pessoas.
A música, gozo também.
O álcool, bela máscara de cera.
Os animais, com os quais não aprendemos.
Revoada de pássaros.
Um cão que lhe agrada.
Um gato que lhe explora.
São essas pequenas coisas.
Que ainda fazem valer a pena.
O sufocante exercício de viver.