GAROA
‘Chove a minha e a tua garoa
Chove dentro de mim
Chove dentro de ti
Chove chuva e encharque
E invada dentro da nossa saudade’
Chove em mim mais garoa do que chuva
Chove como tempestade uma saudade miudinha...
Saudades das tuas nuvens
Da tua chuva que banhava meu céu
Do teu orvalho que deslizava em meu corpo
Que me banhava em garoa fina
Garoazinha...
Saudade da tua chuva
Que umedecia minha pele
De nossos instantes
E do teu olhar no meu semblante
Que saudade da tua chuva!
Saudade da tua saudade!
De chuva, chuva boa!
Saudade que sempre me banhava
Em todo meu corpo com o frescor da tua garoa!
Saudade do meu sono que adormecia em teus braços
Que me agasalhava em noites de frio
Adormecendo em tua garoa
E ao amanhecer despertava com teu sorriso de chuva!
Chove agora ainda mais garoa
A saudade de outrora
Uma saudade à toa!
Como a tua chuva era boa!
Me lembro agora
Garoa boa era aquela que me umedecias
Como a brisa do verão
Com sabor de tarde em tempestade
E me enlaçavas feito um furacão
Saudades de tudo!
Da garoa, da chuva e da tempestade
Que me acariciavas com tamanha intensidade
Que banhavas em nossa cama
Todo nosso amor em liberdade!
Vlad Paganini
‘Lembranças das noites de garoa
Me traz agora em sonhos e gestos
Entregando em nossa cama
O olhar
O sorriso, o gozo e depois o silêncio
E adormecíamos acolhidos
Como nos velhos tempos’
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