Por amor a ela
Eu deixei o meu orgulho escondido
Atrás do retrato dela que dominava a estante
Logo abaixo da janela de meu quarto
E, no mesmo instante, fui mendigar o amor dela,
Mas senti o olhar e as mãos brancas e imaginariamente
Suaves e belas dela, romperem a pele e os ossos do meu peito
E manipularam e brincaram com o meu coração
Com a intenção de não o deixar sonhar e não desejar nunca mais
Um simples abraço dela,
Então eu fugi dela e sentei próximo a um cais
Para ver a imensidão do mar e o deslizar calmo dos navios
Que vinham de longe, de uma distância menor da que ela me fazia sentí-la
E se protegia no silêncio, a alma dela e ela,
Que segurava o meu coração nas mãos
Enredando-o com seu desejo de calá-lo;
Mas eu até pensei em pular naquele mar
E lavar a minha roupa suja de sangue e de lágrimas de dor
Por um amor condenado á solidão do fundo do mar
E o afogar,
Mas ele sobreviveu;
Iluminado pela luz do sol de dia
E pelo luar à noite,
Ele, alimentado pela luz,
E que só queria voar até o céu de mãos dadas com o amor dela,
Encoberto agora pelo véu escuro e penetrante do olhar dela,
Jamais voou e morreu com o adeus dela,
Perto do mar e amarrado com cordões de tristeza
E de flores à terra
E ao meu coração,
Que foi jogado ao chão e pisoteado pelos pés lindos dela,
Mas agora, sem o peso do amor por ela,
Que, morto, murchou e se soltou das amarras,
Subiu vagarosamente e ao meu peito,
Para amar novamente.