Noite gelada
Rua deserta
Sombras furtivas
Folhas ao vento
Do céu constelado
Sem testemunhas
A lua vigia
Criaturas ao relento
Paira um silêncio enorme
Cobrindo a terra que dorme
Tremelicando, entorpecida
Alma nua, fio de vida.
Mas o coração inflama
Mas o coração palpita
Flameja em chamas
O seio que habita
Guardando a semente
Que paciente espera
O retorno da primavera
Ah! O inverno...
Breve momento eterno!
Foto: Leo Perdigão