Abel Ribeiro

O extraterrestre

Um extraterrestre visitou a Terra

No período da pandemia

Seu disco voador

Deu-lhe uma visão privilegiada do planeta

Via tudo de várias dimensões

Ficou maravilhado com o azul dos mares e oceanos

Ficou impressionado com tamanha poluição

Assustou-se com o poder do vírus e da ignorância da multidão

Viu a destruição da camada de ozônio,

O aquecimento global e o desgaste geral.

 

Ele não entendeu como poucos homens tinham muito

E muitos não tinham nada

Não compreendeu como poucos tinham muitas terras

Enquanto muitos não tinham terra pra habitar

Tentou entender porque os índios precisam defender suas terras

E porque muitos não têm casa pra morar

Achou estranhando só conseguir bens por meio do dinheiro

Viu animais perecendo a extinção

O ar dos terráqueos comprometido

A ciência sem o espaço merecido

 

O extraterrestre não usava roupa

E se impressionou com tantos tipos que os humanos usavam

Se espantou com sapatos, pois, no seu mundo não havia

Sabia como matar o vírus, mas ninguém sabia que ele estava ali  

Sabia que os humanos achariam a cura, pois estava a nãos luz na frente

Como morava noutra galáxia

Estava a procura de algo igual a seu mundo

Mas percebeu de imediato que os mortais

São os mais insensatos e contraditórios que já viu

Devastam seu próprio mundo

Matam, se matam e se destroem

Em nome de ter e não saber o que fazer

 

O extraterrestre não era extra de si

Não era mercadoria nem coisa

Que via no mundo terrestre

Com agua em demasia e terráqueos morrendo de sede

Sem agua pra se lavar

Viu o globo azul adoecer

Sem saber o que fazer

Foi embora pra seu planeta rever