Na minha insignificante forma de vida
Capturando os mais minúsculos detalhes
No desespero de quem procura uma saída
Observe bem, com atentos olhares
As frases que amontoo em resma
Como se eu escrevesse um palíndromo
Entrei em Síndrome de Estocolmo
Por mim mesma
Minha alma grita de forma histérica
Por tudo e por nada, apenas grita
Esperando uma mensagem profética
Que todo humano necessita
Eu respiro através do caos
Através da depravação da minha casa
À revolta minha, que será friamente jogada aos
Desalentos, calada por aço, ferro e brasa
Ao decorrer dos anos espero ter me compreendido
Independente de viver livre ou aos comandos de um rei
Acesa a minha alma, mesmo se não houver ninguém comigo
Sozinha nunca estarei
Sou um ser híbrido, desconfigurado, impróprio
Compreendo à mim mesma porque não tenho escolha e não posso deixar que escolham
Às opiniões alheias eu deixo o meu eterno ópio
Porque eles não me compreendem, apenas olham
Se eu pudesse mostrar a eles meu sofrimento sincero
Perceberia que cresci e já não tenho mais ninguém
Embora já não tivesse ninguém pra concordar comigo, ainda quero
Que eles observem bem
As frases que amontoo em resma
Como se eu escrevesse um palíndromo
Entrei em Síndrome de Estocolmo
Por mim mesma
De fato que os humanos se rastejam por migalhas como pequenas larvas
Mas não estarei presa por um amor que atrapalha a vida à qual tenho direito
Sigo resistindo porque se me render às suas palavras
Escafismo perfeito