Vlad Paganini

TEU

TEU

Teu o ardor do meu corpo

Teus meus braços meus passos

Teu o meu menino vadio

Meu o teu dardo quente

Tua boca ávida

Teu o meu santo indecente

 

Teu esse meu amor ainda maior

Tua essa minha saudade

Teu esse teu dever quase cumprido

Em meu corpo que ainda se faz exigido

 

Teu os meus versos, minha poesia

Meu coração comovido

Nessa infinita viagem

Em teu corpo que me fascina

 

Teu o meu capim limão

Meu o teu jardim flor de capim

Teu os meus dedos no teu ventre

Ardente quente

Tua toda minha pele nua

 

Minha a tua língua na tua, chama de fogo

A ranger e gozar em meu sexo entre teus dentes

Como rocha, sangue rubro e roxo

 

Carmim a minha boca alva rosa e quente

Nas tuas com aroma e sabor de café 

Se afogando em meus lábios

Amor quente, bêbado embriagado e ardente

 

Teus os meus lábios acesos em tua flecha

Sussurrados em teus dentes cerrados  

Santos e indecentes

Amor fremente

 

Tua a minha fêmea escaldante

O meu macho flamejante

Minha a tua boca no deserto do meu peito

Tuas ruas travessas e ladeiras

Gozando no labirinto do meu leito

 

Teu o meu poeta

Meu Universo e todos os meus planetas

Meu Mundo, faca, punhal, navalha

Teu farto peito que em mim se espalha

 

Tua a minha pele

Minha a tua sede

Boca ávida

Fêmea alma em teus dedos

Em tuas mãos percorrendo todos os teus arvoredos

 

Teus meus amores tantos

Todos os meus cantos em teus recantos

Tua a minha boca sol

Noites em teus braços

Debruçados nos teus

Diluído em estrelas ao vento

Em teus lábios sedentos

 

Teu o meu sexo

O meu avesso e meu convexo

Todo teu os meus controversos

O meu mar o meu luar

O teu sabor agua doce de rio

E todo teu

Só teu o sal doce do meu mar no teu cio 

Vlad Paganini