TEU
Teu o ardor do meu corpo
Teus meus braços meus passos
Teu o meu menino vadio
Meu o teu dardo quente
Tua boca ávida
Teu o meu santo indecente
Teu esse meu amor ainda maior
Tua essa minha saudade
Teu esse teu dever quase cumprido
Em meu corpo que ainda se faz exigido
Teu os meus versos, minha poesia
Meu coração comovido
Nessa infinita viagem
Em teu corpo que me fascina
Teu o meu capim limão
Meu o teu jardim flor de capim
Teu os meus dedos no teu ventre
Ardente quente
Tua toda minha pele nua
Minha a tua língua na tua, chama de fogo
A ranger e gozar em meu sexo entre teus dentes
Como rocha, sangue rubro e roxo
Carmim a minha boca alva rosa e quente
Nas tuas com aroma e sabor de café
Se afogando em meus lábios
Amor quente, bêbado embriagado e ardente
Teus os meus lábios acesos em tua flecha
Sussurrados em teus dentes cerrados
Santos e indecentes
Amor fremente
Tua a minha fêmea escaldante
O meu macho flamejante
Minha a tua boca no deserto do meu peito
Tuas ruas travessas e ladeiras
Gozando no labirinto do meu leito
Teu o meu poeta
Meu Universo e todos os meus planetas
Meu Mundo, faca, punhal, navalha
Teu farto peito que em mim se espalha
Tua a minha pele
Minha a tua sede
Boca ávida
Fêmea alma em teus dedos
Em tuas mãos percorrendo todos os teus arvoredos
Teus meus amores tantos
Todos os meus cantos em teus recantos
Tua a minha boca sol
Noites em teus braços
Debruçados nos teus
Diluído em estrelas ao vento
Em teus lábios sedentos
Teu o meu sexo
O meu avesso e meu convexo
Todo teu os meus controversos
O meu mar o meu luar
O teu sabor agua doce de rio
E todo teu
Só teu o sal doce do meu mar no teu cio
Vlad Paganini