Nelson de Medeiros

UMA CARTA ...

Minha Secular Amiga:

 

Que te posso oferecer neste dia, senão o desejo de ver alegria e felicidade a caminhar contigo?

 Que mais posso querer senão que os raios de um novo sol possam brilhar em teu arrebol, inundando de calor teu rosto amigo...

Que a esperança de uma nova aurora venha despertar aqui e agora a tua alma para a verdadeira caminhada.

Que a noite negra da amargura ceda espaço à manhã que transfigura o manto escuro em doce claridade.

 Que cada estrela do sidéreo manto possa hoje transformar-se em doce canto enaltecendo o dia em que nascestes, pois cada dia de tua eternidade é oportunidade que te oferece a providência para que alcances a verdade no destino que um dia tu escolheste.

Que o findar deste dia ensolarado seja coroado no firmamento enluarado em raios de amor no coração.

Que possas seguir sempre rumo norte, buscando a vida sem rimar com a morte, deixando as dores que o amor pranteia.

Segue ajudando e sentindo o verdadeiro amor no peito a envolver-te a alma no sincronismo mais perfeito com o Criador...

Se ontem em tua alma se cravaram espinhos, marcando de dor os jardins do teu caminho, planta hoje a semente do amor e confiança... Não te entregues ao veneno da amargura e da perfídia... Hás de ver que após a tempestade, da noite surge sempre novo dia, na beleza de nova madrugada!

Que importa se a miséria humana campeia nas sendas do caminho? Se te lançam da sombra muito fel e muito espinho há do alto alguém que te chama com carinho esperando o teu concurso entre tantos sofredores...

Se há feridas que sangram, entre desejos e dores, há também flores que perfumam, canções que enlevam, palavras que consolam...

Incompreensões, amarguras, lágrimas doridas são, quase sempre restolhos de outras vidas a nos lembrar das correções devidas.

Que caminhes sempre em frente, qual barco intrépido cruzando os mares em rumo certo. Sê sincera, sê leal, sê caridosa, mas sempre comedida.
Plantes todo o bem que puderes nesta vida. Um dia, nos muitos que a eternidade cria, todos teremos a alma redimida!

Nelson