POESIA
A culpa é toda tua
Somente tua, desnuda e crua
Se não fosse por tu eu ainda estaria com a minha pele
Agora estou nu em pelo e com a minha alma nua
Tu me tira da cama
Me deixa erudito, faminto, sedento e sem sono
Queima minha carne meus ossos meus ombros
Me faz virar teus escombros
Aperta e arregaça meus olhos, me acaricia me deixa em fúria
Me vira do avesso e descostura todos os meus sentidos
Meus sentimentos...
Me corrompe me faz teu prisioneiro
Me enlouquece de fome de fadiga e me abriga
És tu a culpada
Tu e ele
Aquele amor que me leva do ocidente ao oriente
Contundente ardente
És tu que me faz despencar em alfazemas girassóis e gardênias
Me faz ajoelhar na brasa no fogo e me arrasta ao chão
Me transforma em canções
Em Violino de Paganini
Arranca todas as cordas e todos os sons em uma corda só
Me faz girar o corpo em limites absolutos
Despenco em tua presa e em teus desejos
Sempre tu e ele sempre...
Sugando-me meu corpo em carne e osso
Lambendo meu sexo e meu gozo
Sim, és tu poesia
Sim, és tu amor moreno
Somos nós
Consagrados por Deus
Que me faz louvar-te
Respirar todos os tipos de aromas
Sintomas, mundos e fundos
Mistérios, amor e loucura
É ele e és tu a culpada
De todo esse ardor com sabor de mel e cachaça
Que hoje em mim se embriaga
Vlad Paganini