Vlad Paganini

POESIA

POESIA

 

A culpa é toda tua

Somente tua, desnuda e crua

Se não fosse por tu eu ainda estaria com a minha pele

Agora estou nu em pelo e com a minha alma nua

 

Tu me tira da cama

Me deixa erudito, faminto, sedento e sem sono

Queima minha carne meus ossos meus ombros

Me faz virar teus escombros

 

Aperta e arregaça meus olhos, me acaricia me deixa em fúria

Me vira do avesso e descostura todos os meus sentidos

Meus sentimentos...

Me corrompe me faz teu prisioneiro

Me enlouquece de fome de fadiga e me abriga

 

És tu a culpada

Tu e ele

Aquele amor que me leva do ocidente ao oriente

Contundente ardente

 

És tu que me faz despencar em alfazemas girassóis e gardênias

Me faz ajoelhar na brasa no fogo e me arrasta ao chão

Me transforma em canções

Em Violino de Paganini

Arranca todas as cordas e todos os sons em uma corda só  

Me faz girar o corpo em limites absolutos

 

Despenco em tua presa e em teus desejos

Sempre tu e ele sempre...

Sugando-me meu corpo em carne e osso

Lambendo meu sexo e meu gozo

 

Sim, és tu poesia

Sim, és tu amor moreno

Somos nós

Consagrados por Deus

Que me faz louvar-te

Respirar todos os tipos de aromas

Sintomas, mundos e fundos

Mistérios, amor e loucura

 

É ele e és tu a culpada

De todo esse ardor com sabor de mel e cachaça

Que hoje em mim se embriaga

 

Vlad Paganini