Eu cantei para ela uma canção com segredos da minha alma,
Mas ela se fechou em silêncio
E se escondeu atrás de sua teia silenciosa e pegajosa,
Uma verdadeira tela sem a pintura dela,
Que amarrou as minhas mãos e os meus pés,
Mas não soube calar os meus olhos e nem a minha boca,
Que olhavam para ela e cantava coisas de amor;
No meu coração eu guardava uma rosa flor amarela para ela,
Bela como ela,
Mas o olhar penetrante dela murchou a flor
E feriu o meu coração como se ele fosse um punhal de metal,
Quase se afogando no sangue que vazou pelas feridas
E a imensa dor o fez chorar como se estivesse sonhando com ela
Indo embora,
Mas, se preciso for, eu simplesmente engano o meu amor por ela
E dou a ele um retrato dela
E uma vela para ele o iluminar
E se encantar novamente com o rosto dela,
Assim ele pensou que estava num jardim com muitas flores,
Que não foram regadas por ela e ele e elas murcharam
Também com o adeus dito por ela,
Mas por onde ela pisou indo embora
Nasceu outra flor que tinha pétalas cor de amora,
Que não se fecharam como ela no seu silêncio
E que ouviu o eco da minha canção de amor;
Esta flor amora fugiu das pegadas dela
E se instalou no meu coração
E o ungiu com um novo e eterno amor,
Enterrou a velha e murcha flor amarela
E também o velho e murcho amor por ela
E sorriu para mim.