Maximiliano Skol

DESGASTE NO TEMPO

Amei-te, imenso... Eras nas lembranças 

Um alento de vida ao meu seguir.

Na dor, ou decepção, tinha esperanças 

Que a saudade  de ti vinha a suprir

 

O fútil da existência em suas tranças...

Tinha um alívio de paz, hei de convir

Que contigo fruí tudo em bonanças 

E, assim, na vida eras meu fulgir.

 

Cada aurora não mais tem o encanto,

No sol poente as cores se turvaram,

Coisa alguma me traz alegre espanto.

 

As lembranças de ti que tinha em mim

Com desgaste, no tempo, se embaçaram:

Não compensa ter pranto por meu  fim.