Hoje, rasgo meus medos
Trago o peito aberto, que entre toda forma de afeto
Disseram-me que sou arte, não creio...
Imperfeito sou, como ser imperfeito
Talvez carregue atávicos dons, para colorir a vida
Uso de sentidos e todos os meios...
Azáfama sou, engolida por tantos anseios...
Espero mais da vida, sem restrições e preconceitos
Se vida é arte, perscruto o porquê, de tanto desgaste...
Há tantos retalhos de vida... falta acolhida por toda parte
Às vezes, transformo-me em palhaço
Nem assim, alegria capto...
Então... vou costurando sentidos
Palavras, vírgulas, reticências em profusão
Assim, lavo as vestes da alma
Nas águas do coração...
Ema machado