Carlos Lucena

FALENAS

FALENAS

Vejam  as meninas
Borboletas noturnas
Dos bares das esquinas
Mariposas diurnas
Damas tão finas.
De dia rosas inválidas
Não tão dispostas 
Nem tão  perfeitas
E não tão cálidas
Deitam-se em suas celas, 
Camas estreitas.
Silenciosas adormecidas
Em suas alcovas todas desfeitas
Estremecidas
Repousam as almas indecorosas
Pra debruçarem-se em outras vidas
Nas praças frias, desluminosas.
E assim, noites de lutas,
Escandalosas
Pagam  as suas penas
Vencem  as labutas.
Mariposas, borboletas e outras falenas
A desatarem o espartilho
Encerram as cenas
Para esperar um outro brilho.