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Jose Fernando Pinto

Até onde a vista alcançar

Meio século de vida, de sonhos, de quedas, de lágrimas e risos, meio século de cicatrizes aparentes, de cicatrizes escondidas. São tantos anos, foram tantos planos que às vezes eu perco a conta, e quando a vida resolve cobrar, eu já não imploro, eu já não choro, prefiro comemorar.

 

Meio século de vida, de esperança, das metas de uma criança que ousava sonhar, queria ser um herói, fazer a diferença, acreditar que a sentença seria a vitória. São tantos anos, muitos deles de glória, de sorrisos e abraços, lembrando os laços que fomentei vida afora, amizades de agora, amigos de outrora que eu trago no peito.

 

Meio século de vida, de trabalho duro, bater com a cara no muro e aprender a se recompor, meio século de dor, meio século de muito amor. São tantos anos que meio século parece uma vida inteira, parece brincadeira que até dia desses dentre os meus interesses, eu queria apenas cantar.

 

Meio século de vida, de canções esquecidas, canções repetidas, de rimas e refrões, de rock, blues, pop e baiões, eu evitava as multidões e cantava sozinho, no quarto escuro, por detrás do muro, da sisudez, da timidez que era meu porto seguro. São tantos anos, tantas canções que as decepções não fazem mais diferença, importa é a crença numa vida feliz, riscar cada dia um novo matiz e buscar sempre fazer o bem.

 

Meio século de vida, e os anos passados cobram seu preço, e cada amanhecer é um novo começo, com a vantagem de conseguir ver a vida com outros olhos, enxergar o melhor em cada um, quando surgirem os problemas, ao invés de brigar, ponderar, oferecer meu calor, dialogar, espalhar o amor até onde a vista alcançar.

 

Meio século de vida, parabéns pra você pra mim!

 

Jose Fernando Pinto