Litólatra
Não culpe a pedra
Se ela tivesse asas,não estaria ali
Não chute a pedra
Ninguém merece tal vilipêndio
Repara que o céu se abriu
É nuvens servem de conforto
O índigo profligou o gris
Não adianta exigir refrigério do urbano
Agora que tudo é refringente
Vamos refrondar nosso catre
E sonhar com Aglaias
Bosquejar um bosque
Sem se importar com a catrefa
A tarefa de sobreviver está ficando cada vez mais difícil
Sem poesia nada faz sentido
Por isso aceito doações de metáforas
Fico te devendo um devaneio,disse um passante
Não rejeito a rímula que veio por engano no lugar da rima
Vontade de ser Rimbaud
A poesia não precisa disso para existir.
EPR