Não tenho a destreza em magoar
Furtar o sorriso de quem próximo está
Tomar de assalto o sono da madrugada
Suporto calado até o peito aguentar.
Confio nas pequenas ondas do mar
Onde sei que meus pés posso molhar
Temo ondas turbulentas que desconheço
Que podem levar o sentimento afundar.
Como bambu na mata resistente envergo
Ao sabor do vento eu levo a vida sorrindo
Não quando a brisa se faz tempestade
Machucando as raízes sem piedade.
Entre sonhos e valsas me desafio
Sem mesmo saber dançar
O corpo que tenho não mais me pertence
Entreguei a alma por quem deixei apaixonar.
Quisera compreender porque se vende ilusão
Por que esconder o sol de quem nos aquece
Saquear o sorriso depois que deste
Balbuciando promessas fictícias ao coração.