Elfrans Silva

A mulher do saloon do Velho Oeste (completo)

COMPLETO 

A MULHER DO SALOON DO VELHO OESTE 

No Velho Oeste, de temidos pistoleiros
Saloons, cassino, donzelas e vaqueiros
Fui, num sonho, caubói fora da lei
Selvagem Oeste à esquerda do Mississipi 
Arizona, Colorado, Texas e Kansas City
E tantas outras que no Google encontrei


Vi, no meu sonho, caubóis e fazendeiros 
Navajos, Apaches, e cheyennes guerreiros
Em luta armada portando faca e rifle 
Correio, bancos por bandidos assaltados
Mortos caindo de cima dos telhados
Sobrava vaga para o cargo de Xerife 


O caubói do faroeste é bem treinado
Responsável por criar cavalo e gado
E conduzir rebanhos pelo território
Tinha prefeito, o juiz e os assistentes
Do delegado que prendia delinquentes
E um coveiro que cuidava dos velórios


Interessado estava eu, era no ouro
Fui pro hotel pra tirar o pó do couro 
Após a janta pro Saloon me desloquei
Chutei a porta que se abre em vai e vem
E esperei para ver se havia alguém
Pra contestar o tenso clima que criei


Mandei o moço atar ao poste o cavalo
Com cara feia fui pra mesa do baralho
Deixei o cinto com a arma sobre a mesa
Pedi à dona do Saloon um carteado
Baralho novo sem que fosse remarcado
Pois eu sabia a diferença, com certeza 

 

Num canto à parte se tocava um piano
Ao derredor, índios, negros, mexicanos
Castas párias onde a lei pela lei reprova
Adentra a porta, que fechavam com cortina
Ao som cantando e dançando, a bailarina
Mulher tão linda, recatada e muito nova

 

Indivíduos junto à mesa se olhavam
Em piscadelas e acenos combinavam
Com toda pinta de parceiros de quadrilha
Até que um deles sugeriu uma bebida
Que pela jovem do balcão fosse servida
Nesse momento a tratou como sua filha


Fitei o homem de chapéu, e olhar bruto
Na cintura um baleiro e um coldre duplo
Seguia à risca todos passos da donzela 
Dono de todo o comércio da cidade
Jamais daria à um forasteiro, a beldade
Enquanto eu não tirava os olhos dela


Olhos negros, de cabelos ondulados
Cobiçada em toda a área do condado
Porém, seu pai, era ágil no gatilho
Talvez me visse, um homem asqueroso
Caubói falido muito pouco perigoso
No faroeste mais um pobre andarilho 


Servido o drink selamos nossa aposta
Eu dei as cartas e fiz minha proposta 
Meu cavalo, pela filha em casamento
Irritado, e sentindo-se humilhado
Levantou-se pra que fosse duelado
Mostrou-se ser, homem frio e violento 


Eu tremi, por que tinha amor na vida
E pedi pra se servir outra bebida
A derradeira antecedendo minha morte
Ele aceitou e bebemos em dois frascos
O que a filha pôs no litro do padrasto,
Nem eu sabia, mas foi esta minha sorte. 

 

Com ele tonto, procurei sacar primeiro
Dei vários tiros e quebrei o lustre inteiro
A bandidagem se apressou no corre-corre
Fugi pro quarto e escapei pela janela
Montei na besta, me apressei pela ruela
Aprendi cedo que herói é quem não morre

 

Infelizmente a rua foi se estreitando
Fizeram cerco, e o padrasto no comando
Pedi à Deus que poupasse a minha vida
Fechei os olhos persistindo atirando 
Igual nos filmes um a um foram tombando 
Caubói que é bom, não cruza bala perdida 


Setenta tiros. Um eu acho que acertei
Abri meus olhos e a barmaid avistei
Junto ao padrasto no chão agonizante
Na mão direita, revólver engatilhado  
Na mão esquerda um frasco esvaziado
E nos seus lábios um sorriso confortante


E quando a moça na garupa coloquei
Saí do Oeste do mesmo modo que entrei
Pois acordei e voltei pra minha vida
Fiquei pensando: e se fosse realidade
Eu me casasse com a jovem, de verdade ?
Pediria à Deus que me curasse da bebida.