Carlos Lucena

SONETO 19

SONETO 19

Não me resta apenas a dor silente
Que no meu peito em chaga se abriu
Resta em mim  uma  dor presente
Que nenhum outro coração sentiu.

É uma dor de ver tantos inocentes
Sem respirar o ar que o próprio Deus nos fez sentir
Pois  uma coroa de espinhos inclementes
Fez no peito uma ferida se abrir.

Queria esta flor com outro odor
E que não fosse flores delinquentes
A ornar uma coroa de pavor.

Queria antes rosa diferente
Fragrância perfumada de outro odor
Para não ter que encerrar o show tão de repente!