Quase noitinha... O azul baço e tristonho
Diz que este pôr do sol, hoje, abortou
A vespertina glória à qual me ponho
Maravilhado em cores, como o sou.
Tarde triste que impede o dom de um sonho
E até de uma saudade que voltou...
A noite advindo dela, pressuponho,
Será pior ao dia que findou.
Esta tarde, assim desconcertante,
Em plena pandemia da Covid
Se torna pra minh’ alma um gritante
Apelo pro meu ego e ao próprio Id,
Que, instintivamente, repudia
Este rude e macabro fim de dia.