Maximiliano Skol

TARDE DESCONCERTANTE

Quase  noitinha... O azul baço e tristonho

Diz que este pôr do sol, hoje, abortou

A vespertina glória à qual me ponho 

Maravilhado em cores, como o sou.

 

Tarde triste que impede o dom de um sonho 

E até de uma saudade que voltou...

A noite advindo dela, pressuponho, 

Será pior ao dia que findou.

 

Esta tarde, assim desconcertante,

Em plena pandemia da Covid

Se torna pra minh’ alma um gritante

 

Apelo pro meu ego e ao próprio Id,

Que, instintivamente, repudia 

Este rude e macabro  fim de dia.