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Samuel Knevitz Silveira

Dicotomia Platônica

Eu e você
É como a lua e o sol
Quando um se faz presente
O outro é logo afugentado

Eu e você
É como as ondas e a areia
Por mais que eu me lance ao teu alcance
Inexitoso, volto sempre à estaca zero

Eu e você
É como o cão caçando o próprio rabo
Por mais que eu corra para te apanhar
Só me acabo em desgaste

Eu e você
É como os ponteiros de um relógio
Quando penso que nos alinhamos
Em um instante, você já partiu

Eu e você
É como outono e inverno
Que com a partida de um
Ao que chega, restam apenas folhas secas

              E assim sigo eu nesta utopia constante que é o meu desejo de unir os nossos mundos; eu, um eterno protagonista do drama que é esta dicotomia platônica.