Música, músico, musicalidade.
Em minhas veias correm acordes que reverberam ardentes
Ao mesmo tempo que meu coração bate em doce compasso
Metrônomo calibra minhas inspirações e expirações latentes,
Assim equalizo cada batida, cada passo em um soar devasso.
Meus ouvidos absorvem harmonia em cada som,
Em cada célula minha vibra notas musicais
Se de dó eu dou ré então de mi aspiro a canção
Respirando música em órgãos e em minhas digitais.
Como pude não perceber a obviedade disso?
Até o silêncio silencioso guarda uma dinâmica sonora
Toque, batuque, tique, tão simples, mas preciso
Que cala e suspira a alma que somente o adora.
Tudo no universo recende a música, ela é universal.
Incentiva o âmago a se encantar e se deslumbrar
Com um mero arranjo que energiza cada ser vital
Que tem em seu corpo um desejo de apenas sonhar.
Há muito já se dizia que fazemos tudo por prazer
Mas jamais faria algo que não fosse por música
Ela é a deusa que me motiva a simplesmente ser,
Vivendo nela, por ela e com ela, minha razão única.
Nada me faz viver melhor do que minha companheira,
Aquela que mora em meus pensamentos dia após dia.
Essa que me completa, me repara, conserta, me faz inteira.
Minha parceira que incorpora em mim pura poesia.
Minha amiga que me entende, me permite ser o que sou
Me permite chorar em seu ombro, em lágrimas iluminadas
Se suplico, me alegro, me achego e em seus braços vou
Consigo vislumbrar o paraíso nas notas em mim marcadas.
Ó divina música! Deusa da perfeição e beleza neste mundo,
A ti entrego a vida, o amor, meus desejos e minha felicidade
Pois você é o sossego do meu pavor, a luz que abriga tudo
E me faz deleitar, sublime, no leito da sua efêmera eternidade.